16 outubro 2012

Nervoso miudinho


Sabia que ia para Itália em poucos dias, e iria estar fora 5 ou 6 meses. Não era tempo para amores eternos nem romances de uma vida. Era tempo de uma escapadinha para despedir-me do meu país. Sei lá. Segui o meu coração, no fundo estava encantada por conhecer alguém novo, alguém interessado em mim. Desde que me lembro dos olhos verdes dele que senti que ele se apaixonou por mim. Aquele olhar era de alguém iludido, de alguém que queria tudo. Mas eu naquele momento não podia dar nada, ou pelo menos muito pouco. Acedi. Se na madrugada de dia 8 o conheci daquela forma que só o destino sabe, no dia 11 fui para casa dele. Estava nervosa. Era a primeira vez que aquilo me acontecia. Tínhamos falado ao telemóvel nesses escassos momentos entre um dia e outro, mas nada que pudesse ser chamado de «conhecimento profundo». Era tudo muito fresco, muito recente, e eu tinha medo de não o reconhecer. Meti-me no autocarro e duas horas depois cheguei. Estava mesmo nervosa. Não sabia bem para onde olhar, não sabia que cara procurar.  Apressei-o. Precisava de uns olhos amigos, de um abraço conhecido, precisava que ele viesse e me desse razões para ter feito aquela loucura. Vi-o ao longe, parecia que tinha um andar de pato. Ri-me por dentro. Era tão tosco. Aproximou-se, o cumprimento foi frio, distante, como se nos acabássemos de conhecer. Olhei para os seus olhos verdes e percebi logo que aquele fim de semana ia valer a pena. 

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